terça-feira, 17 de junho de 2014

Um ''muito obrigada'' do fundo da minha fé em você

    Deixo aqui um sinal de paz para quem torceu para que eu perdesse o controle e para quem sorriu quando isso aconteceu. Deixo aqui um pedido de trégua para quem distorceu minha dor e transformou-a em algo pequeno e nada digno de respeito. Deixo aqui também um esclarecimento para quem me viu ceder às fraquezas: Eu acordei. E adivinhe só! Há flores no meu peito, sorriso nos meus lábios, brilho nos meus olhos e cor nas bochechas. Sintoma de vida. Foi uma batalha descomunal, eu quase me entreguei. Mas tô viva. E melhor que isso: Tô sentindo. Quem sabe eu já não esteja no caminho de volta para os meus sonhos. Voltar para casa também requer sabedoria e luta.
    Eu vi tanta coisa nesses últimos meses. Vi o breu que toma conta de corações ao meu redor. Vi olhos marejados e vermelhos (mas não sabia se era álcool ou tristeza; não perguntei, mas algo me diz que era uma mistura lamentável das duas coisas, e eu queria ter feito algo por essas pessoas). E ouvi muita coisa também. Ouvi nomes serem pronunciados com pesar, muitas vezes com uma dose enraivecida de abandono na voz. Ouvi histórias sobre traição e descrença. Ouvi a melodia pesada de uma música como um fardo invisível nas costas de cada pessoa que pulava e ria, exageradamente, naquele lugar escuro. Eu sufoquei. Baixei os olhos, ignorar pareceu-me razoável.
    Mas agora que despertei para o que realmente sou e sempre fui, voltei a vê-los ali, rodopiando feito piões agonizando de tontura, esperando uma mão amiga para ajudá-los a parar. Descansar, quem sabe. Então deixo aqui também uma certeza: Essa mão se estende e te dá os ombros para descanso. Vai acontecer. Ninguém passa uma vida andando em círculos, sempre aparece alguém no meio do caminho, perdido também ou com o objetivo mais que bonito de te resgatar. As batalhas não são eternas e ninguém perde para a vida. Ela está do nosso lado, pense um zilhão de vezes antes de culpá-la. Pense bem antes de passar o seu tempo (que é curto!) culpando os outros por tudo.
    É claro que tenho muitos anos pela frente e ainda viverei batalhas ainda mais árduas (quem escolhe o amor como fiel escudeiro, vira soldado num Iraque mental). Essa paz que sinto agora será ameaçada, eu sei. Mas vou aproveitá-la da melhor forma possível, em nome de todos aqueles que correram em minha direção quando viram o controle escorrer pelos meus dedos. Por fim, deixo aqui uma gratidão imensurável e um amor calejado e resistente que não morre, não se apaga. 


2 comentários:

  1. Um dos meus preferidos! Quero ver o livro lançado em?! hehe

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  2. Essa situação se chama Resiliência pela psicologia. E eu prefiro a palavra maturidade. Não deixe que o amor calejar, renove as pinturas.

    Estava com saudade das suas escritas.

    Um abraço e bons ventos pra sua vida!

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